A
Domesticação
Domus= Latim: Casa; são animais que criados e
reproduzidos pelos os Humanos; não podemos confundir domesticação com
amansamento, pois a domesticação
é um processo adaptativos e devemos comparar
grupos
domésticos e selvagens de uma mesma espécie, só
então podemos concluir que se trata de domesticação pois a reprodução e
convivência com os humanos que indica o grau de
domesticação.
COMO SE
DEU A DOMESTICAÇÃO
As
teorias ou hipóteses que tentam esclarecer como se deu a domesticação dizem que:
“O homem primitivo” que vivia no meio dos animais, produto de sua evolução,
parece que aprisionou primeiramente os animais por distração e tudo leva a crer
que também por motivo religioso (Saint-Hilarire &
Hahn), posteriormente é que se fez por motivo
utilitário.
Wilfordd,
C. (1.958) acreditava que, de qualquer forma, a domesticidade parece estar
estreitamente ligada ao misticismo e a religião, com sacrifício de animais, como
oferenda aos deuses, fornecendo carne para os banquetes
cerimoniais.
O
primeiro emprego com fim utilitário foi quando o homem auxiliou-se do cão para a
caça de outras espécies. Depois, dominou animais herbívoros para auxiliá-lo no
transporte e na alimentação, quando a caça e o peixe já se tinham tornado
escassos.
Segundo Hipócrates, tudo parece
indicar que a domesticação se deu de forma pacífica. Isto se apóia no fato conhecido de que os animais , quando
surpreendidos pela primeira vez pelo homem, não se perturbavam, nem se
afugentavam. Isto serve para provar que o homem primitivo deveria ter vivido em
contato com as espécies hoje domesticadas, ainda quando em estado selvagem, não
tendo sido preciso usar de meios violentos para mantê-los em cativeiro, segundo
a nossa premissa porque, provavelmente, não tinham
manifestados medo dele, nem fugido do seu convívio. As caçadas, matanças e
depredações é que fizeram nascer, nos animais, o receio e medo do homem.
Segundo
Darwin, os mamíferos e as aves que têm sido pouco molestados pelo homem, não
temem aos outros animais que vivem no mesmo habitat, pois já estão acostumados
com sua presença. Outra hipótese sobre o processo de domesticação diz que houve
o emprego da força e da violência, mas nunca da brandura para o aprisionamento,
amansamento e domesticação dos animais, hoje domesticados.
- Características
Principais
*
perpetua em condições adversas, através das gerações por hereditariedade
(naturalmente, sem intervenção humana);
* Oferece utilidade e
prestação de serviço em mansidão.
A necessidade de
domesticar surgiu da necessidade de sobrevivência e as necessidades
foram:
Alimentação:
Necessidade de manter
“Reservas” alimentares para o período de escassez
Sobrevivência
Ambiental: Necessidade roupas e
agasalhos para proteção corporal, principalmente em épocas de
glaciações.
Aproveitamento da
Força Motriz: Utilizados para
transportes de cargas e remoção de objetos pesados, e posteriormente para tração
e montaria.
Inspiração
Religiosas: Atribuição de deuses
ou castigos a animais, (a vaca:
animal sagrado para os Hindus o Bezerro animal adorado por povos
antigos que sairão do Egito com Moisés no livro de no livro de Shemot (Êxodo 32:1-8), havia uma aproximação dos animais
para servirem de companhia.
FASES DA DOMESTICAÇÃO
São
três as fases ou estados de domínio do homem sobre os animais
domésticos:
A
- Estado de Cativeiro;
B
- Estado de mansidão;
C
- Estado de Domesticidade.
A
- ESTADO
DE CATIVEIRO
imagem:totemanimal.org 1
|
B
- ESTADO DE MANSIDÃO OU AMANSAMENTO
É
a fase ou estado de convivência pacífica entre o animal e o homem. Muito próximo
à domesticidade. Neste estado os animais já prestam serviços inestimáveis,
embora não sejam domésticos. O elefante da Índia e África puxa toras, mas, sua
biologia não lhes permite passar para o real estado de domesticidade. Atualmente
já se consegue a reprodução desta espécie animal em cativeiro.
C -
ESTADO DE DOMESTICIDADE
É
o estado de simbiose em que se encontram os animais e o homem. Chama-se de
domesticação ao ato de tornar domésticos os animais selvagens. Neste estado os
animais vivem voluntariamente presos ou quase são naturalmente mansos e presta
serviços, de tal forma que, sem eles seria difícil a
vida do homem civilizado.
Como
aconteceu?
A domesticação segundo (Torres, 1990)
apresentaram fases históricas: Remotas, Primária, Secundária e Atual:
Não se sabe exatamente quando aconteceu os
primeiros registros de domesticação, mas algumas evidências Remotas datam no fim do Paleolítico
Superior(15.000 anos A.C) “quase no Neolítico”, que notaram uma aproximação do
lobo nos aglomerados humanos, suspeitando assim que os primeiros animais
domesticados seriam os lobos.
No Neolítico aproximadamente 10.000
anos A.C, acontece a fase Primária
que prosseguiu a domesticação do cachorro; “ para
entender a diferença do lobo para o cão é simples, a aproximação do lobo com o
homem foi uma relação estreita e que o lobo se reproduzia facilmente em
ambientes humano e aconteceu uma evolução do lobo se tornando uma sub espécies o
cão”; provavelmente neste período foram domesticados os ovinos, caprinos,
zebuínos, Asininos, equinos e o gato.
A fase Secundária, Também chamada de recente
já em plena civilização e diz respeito às espécies de menor importância. Ex: Abelha, pato, galinha, avestruz, faisão e coelho. Estes
animais são chamados semi-domésticos
Obs: O Estado de Semidomesticidade é o estado transitório de
certas espécies que, pelo seu comportamento, não podem ser considerados
completamente como domésticos. É o caso do Búfalo e Rena, que voltam ao estado
selvagem com relativa facilidade.
Na fase Atual os animais, como o avestruz, o
capote e cobaias para fins científicos para produção de pele, ou mesmo alimento,
e se encontra em processo de domesticação.
Segundo
Wilkens (1888) podemos distinguir duas fases de
domesticação:
1 -
Fase Primária - Também chamada de remota que ocorreu na Pré-história.
2 - Fase Secundária - Também
chamada de recente já em plena civilização e diz respeito às espécies de menor
importância. Ex: Abelha, pato, galinha, avestruz,
faisão e coelho. Estes animais são chamados semi-domésticos.
Meios de
domesticação
Pacifico: o animal tem uma tendência a
sociabilização, os animais procuram a convivência com as pessoas a procura de
alimento e proteção. Outros meios só aconteceram após a descoberta do metal que
foram criados cativeiros e ferramentas e usava meios Violentos; a força e a fome como forma
de obrigar os animais a obedece na utilização de sua força motriz. Os meios intermediários os animais se aproximam
do homem e são aprisionados e consegue o amansamento idealizado pelo seu
criador.
O grau de domesticação
Podem ser divididos em
grupos:
Grupo 01: cão, caprinos, ovinos, taurinos,
suínos, bicho da seda, gato, galinhas, equinos, asininos, camelos
dromedários.
Grupo 02: zebuínos, marrecos, gansos, peru,
pombo, cisne, pavão, cobaias e lhamas.
Grupo 03: búfalos, rena, capote, avestruz, pato,
faisão, codorna, alpacas e coelho.
Grupo
04: abelha
e carpa.
Os
atributos dos animais domésticos
Os
animais sendo domésticos ou selvagens naturalmente seguem seus instintos de
sobrevivência, modos de defesa, alimenta-se e perpetua-se, desta forma os
animais domésticos constituem atributo que diferencia dos animais
selvagens:
Sociabilidade:
são
formas associativas que leva o animal uma aproximação com o homem pela oferta de
comida fácil e abrigo talvez a forma dos primeiros contatos entre animais e
homem, exceção o gato, pois apesar de serem domesticados não sentem necessidades
em viverem em grupos.
Mansidão
Hereditariedade: Os
animais que são amansados são semi-domésticos, porem seus descendentes recebem as
características da mansidão em alguns caso, em outros que apresentam
descendências hereditárias, são indivíduos mais
mansos que não transmitem essa qualidade a sua descendência. Ex: Rena, búfalo e tigre.
A
mansidão, sendo resultado desta tendência hereditária, é um atributo que
participa da condição de ser, em parte, adquirido no processo de criação do
animal e que por isso deixa de se manifestar em certas circunstâncias. Ex: a abelha lhe falta mansidão já que ferra quem dela se
aproxima.
Fecundidade
em Cativeiro: foi
preciso que as espécies domesticadas conservassem a qualidade reprodutiva. Sem
isso, não haveria o aumento da população dos animais em domesticidade, no
entanto algumas características foram observadas a baixa fecundidade ou o
aumento exagerado das crias, mas a fecundidade em cativeiro é um dos critérios
importantes para manutenção dos animais domésticos.
Função
Especializada: a
domesticação atribui aproveitamento de produtos e serviços oferecidos por estes
animais ex: cão guia deficientes visuais, gado oferece
mão de obra, puxar carroças de madeira, quanto carne, churrascos no fim de
semana. Houve em alguns casos portanto uma pré condição para alcançarem a
domesticidade.
Facilidade
de Adaptação ambiental: O
animal que vem de várias origens apresenta condições de adaptações adversas
diferente daqueles de origem monofiléticas.
(características
anatômicas e genéticas, inclui todas as espécies
derivadas de uma única espécie ancestral).
Modificações
Causadas pela domesticação
A principio a diferenciação das
características irá depender o quanto o animal se afastou de seu ambiente de
origem segundo (Torres,1990) “o animal se afastou do
ambiente de origem e quanto mais aperfeiçoados os métodos zootécnicos de
exploração maior a diferenciação dos caracteres morfológicos e
fisiológicos”
Os animais selvagens sofrem seleção
natural, enquanto os domésticos são submetidos a
seleção artificial:
Seleção
Natural:
os animais são sujeitos à variação espontânea (características se modifica
apresentando adaptações ao ambiente em que vivem,
diferenciação anatômicas e fisiológicas) em geral uma modificação nas
características originais.
Seleção
Artificial: Pelo
contrário ela conserva características de interesse econômicas ou tenta cruzar
de forma a criar descendente com características mais acentuada, como cruzamento
de ovelhas com pouca lã com os que produzem muita lã para seus descendentes
apresentarem uma cobertura maior e mais uniforme.
Essas
características podem acontecer de forma Direta (variação espontânea e mistura
de espécies e de raças) e Indireta
(clima, ambiente artificial e seleção artificial).
Modificações
apresentadas em domesticidade.
As modificações dos animais
domésticos são significativas se comparamos com seus congêneres selvagens e são
consequência de processos evolutivos dinâmicos que tem uma tendência a acelerar
devido as pesquisas genéticas e estudos biotecnológicos, as principais
modificações podem ser:
Morfológicas:
Atinge
a estrutura corporal do animal, influenciando a sua fisiologia.
Fisiológicas:
São as mais notáveis pelo fato da exploração animal, apresenta mais intensa as
características fisiológicas.
Etológicas:
Desrespeita o comportamento do animal (individual ou
social).
Principais
modificações Morfológicas
Qualidade
do pêlos: os
animais selvagem
apresenta em geral pêlos grosseiros e mal distribuídos
pelo corpo, enquanto as criações são geralmente finos, sedosos e distribuídos
uniformemente pelo corpo, ás vezes com características
próprias.
Coloração
da Pelagem:
Os selvagens apresenta coloração uniforme e discreta geralmente curta e parda,
podendo mudar de cor acordo com a estação do ano ate mesmo apresentar fenômenos
como Mimetismo. Nos animais domesticados é notório combinações de cores e
combinações variadas e raramente apresenta mudanças sazonais e quando ocorre é
pouco aparente.
Tamanho
e dimensões corporais:
os animais selvagem são mais uniformes, os domésticos
apresenta tamanhos variados.
Orelhas:
nos selvagens são menores e mais aguçadas e bastante móveis mecanismos sensórios
de defesa, domesticados apresenta morfologia dimensões e posicionamentos
variados.
Defesa:
Os
animais selvagens adquiram através da seleção natural, chifres, garras e dentes
fortes, no entanto os animais domésticos aparentemente há uma diminuição ou
ausência de mecanismos de defesas, chifres em algumas raças de zebuínos,
caprinos e taurinos.
Esqueleto
Ósseo: os
ossos dos animais que não passaram por seleção artificial são mais resistentes,
os animais que foram selecionados pelo homem por apresentarem uma maior produção
há um desgastes maior de minerais como cálcio que forma
a maior parte óssea e apresenta uma estrutura relativamente fraca e
leve.
Principais
modificações Fisiológicas
Velocidade
de Locomoção: pela
necessidade de defesa geralmente os seres selvagens são mais rápidos e ágeis. Os
domesticados são mais lentos, exceção os treinados para corridas e
competições.
Voo:
as aves selvagens em sua maioria são adaptadas ao voo menos aquelas que não
apresentam asas desenvolvidas (avestruz ou pinguins), diferente das aves
domésticas que perderam parcialmente ou totalmente a capacidade de
voa.
Fertilidade:
as
espécies que sofreram seleção natural apresenta uma reprodução considerável para
que haja o controle ecológico entre as espécies e consequentemente tendem
apresenta períodos de cios estacionais e período de anesto ( repouso sexual em que a
fêmea não está suscetível ao acasalamento), as criações são mais férteis e
repetem varias vezes os ciclo reprodutivo.
Prolificidade:
acontece que os animais selvagem devidos a necessidade
de proteção tende a ter um número reduzido de filhos, os domésticos são mais
prolíferos, apresenta uma taxa de proliferação alta.
Lactação:
os
animais selvagens atender as necessidades dos filhos e as criações humanas tendem a produção de leite aumentada para o
consumo.
Choco:
algumas
espécies de aves apresentam características para incubar ovos utilizando o calor
e umidade corporal “choco” e em
algumas espécies doméstica vem desaparecendo.
Velocidade
de Crescimento: nos
animais selvagens o crescimento é lento e nos domésticos aparentemente é bem
elevado devido a necessidade de produção de carne.
Principais
modificações Etológicas
Instinto
de Defesa: os
animais selvagens é bastante aguçado: audição, visão e
olfato evoluídos e adaptados necessidade de auto proteção, ataque e uso de
toxinas. Nos domésticos não tem necessidade de autoproteção então tem diminuído
ou praticamente inexistente em casos em que a adaptação domestica é tão intensa
que muitas espécies não conseguem viver em ambiente
selvagem.
Comportamento
Sexual:
os animais selvagens em sua maioria são monogâmicos e mantendo os instintos
reprodutivos limitados a temporada de reprodução, ou pode acorrer no caso em que
a fêmea entre em estro (animal no
cio), haja uma competição que geralmente o ganhador sempre será o macho mais
forte e bem mais adaptado passando sua descendência adiante, ou seja os animais presenta liberdade de inciativa. Nos
animais domésticos a uma formação de população e níveis hierárquicos, menos em
caso de aves, ficando facultados somente quando não há
predadores.
Relacionamento
com o homem:
a interação dos animais domésticos são constantes,
então a necessidade da presença e dependência do homem para sua sobrevivência,
no entanto os animais selvagens que já virão ao humanos ou não tem uma
receptividade e pode acha que o homem seja um dos maiores predadores e tratam os
humanos com agressividade por temerem um perigo a sua sobrevivência.
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